Supervisão: A Base da Formação em Psicanálise
Um dos três pilares da formação em psicanálise, juntamente com a análise pessoal e o estudo da teoria, é a base da formação, que trata-se da clínica em supervisão.
Havendo um analista em formação endereçado a um psicanalista supervisor com quem se tenha transferência, a partir da necessidade que o caso apresenta o analista em supervisão poderá analisar as transferências, os impasses, as repetições e os sintomas do sujeito, articulando a sua prática clínica à teoria, a partir do “não saber” em causa sustentado pelo supervisor, que estabelece uma posição de recusa à mestria. Isso possibilitará a implicação do supervisionado no caso interrogado e permitirá que o próprio caso clínico em supervisão, portanto, seja o fio condutor que possibilitará situar o inconsciente e a transferência como operadores que orientam a escuta clínica, centrada no caso e no seu manejo clínico, onde se favorece a escuta.
Quando comparecem questões pessoais do analista em relação a seu cliente, ele é encorajado pelo supervisor a procurar seu próprio analista para reelaborar os pontos que revelam sua dificuldade ou impedimento na escuta.
A supervisão é fundamental para formação do analista, porque permite que na posição de supervisionado se dirija a outro analista, que ao contrário de lhe dar respostas para o caso clínico em questão, levanta questões, cria enigmas, implicando-o na sua prática clínica, permitindo-lhe enfrentar pontos cegos que o impede de permanecer no lugar de analista.